Cultura
Kiusam Oliveira

Conheça a brasileira Kiusam de Oliveira, que está entre as 10 escritoras mais importantes para formação infantil, segundo a ONU

Kiusam de Oliveira defende o empoderamento infantil com obras premiadas e prepara para 2020 novos livros como “O mundo no black power de Akin” e os quadrinhos da Tayó

Kiusam de Oliveira está sempre disposta a tratar questões de raça e gênero, direitos das crianças, jovens e adultos. Sempre na perspectiva inclusiva e histórica, enaltecendo os feitos negros. Seus livros são referência quando o assunto é o empoderamento de crianças negras. Uma das suas personagens mais conhecidas é Tayó, uma menina que valoriza seus cabelos crespos e vai ganhar novas histórias em versões de quadrinhos.

“O livro ‘O mundo no Black Power de Tayó’ retrata a importância do empoderamento infantil, lutando assim contra as discriminações racial, social e estética bem como o bullying, “explica a escritora.

Segundo pesquisa realizada pela ONU com mais de 100 mil crianças em dezoito países, mais da metade já sofreu bullying. No Brasil, esse percentual é de 43%, taxa semelhante a outros países da região: Argentina (47,8%), Chile (33,2%), Uruguai (36,7%) e Colômbia (43,5%). Para entender a gravidade do assunto, em 2019 crianças foram impedidas de se matricular por conta do cabelo afro.

Kiusam de Oliveira integrou a lista dos 10 escritores mais importantes para educação e formação de crianças, em direitos humanos pela ONU. A introdução desses conceitos, ainda na infância, é fundamental para a formação de sujeitos que respeitam o próximo e se façam respeitar, capazes de construir uma sociedade mais igualitária e pacífica.

No mês de março a escritora lança “O mundo no Black Power de Akin” (Editora de Cultura). Kiusam de Oliveira narra a história de Akin, menino negro de 12 anos que sofre com os xingamentos de seus colegas de classe por conta de sua cor e textura de seus cabelos. Só supera tudo isso por conta do posicionamento empoderado de seu avô Seu Dito Pereira, responsável por ele e por seus dois irmãos: o menino Kayin (6 anos) e a menina Femi (4 anos). Num certo momento da história, o avô revela uma relíquia repleta de magia, parte de um tesouro por ele guardado. Grandes novidades cercam os caminhos da escritora para este ano, com lançamentos especiais, encontros com jornalistas e participações em programas de TV.

Tirinhas Kiusam Oliveira

Sobre Kiusam de Oliveira

Nascida em Santo André, grande São Paulo, aos 14 anos ingressou no Colégio IESA para cursar Magistério de 2º Grau. Logo após, foi para a Fundação Santo André cursar Pedagogia, com habilitações em Administração Escolar e Orientação Educacional. Para qualificar-se fez lato-sensu em Metodologia do Ensino Superior e, na sequência, na USP habilitou-se em Deficiência Intelectual e Mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano e Doutorado em Educação, ambos pela USP.

Atua como professora há mais de 25 anos, tendo dedicado grande parte deste período à Educação Especial e à formação de profissionais de Educação no município de Diadema/SP, implantando a lei 10.639/03 e ocupando funções de gestão pública. Desenvolveu também, ao longo de anos, atividades formativas para educadores e profissionais de todas as áreas juntamente às instituições públicas e privadas, com temáticas relacionadas à diversidade de gêneros, questões étnico-raciais e afins.

Leitora contumaz e escritora, desde pequenina foi incentivada por sua mãe, que colocava nos bolsos dela bloquinhos de notas e lápis, para ela registrar o que visse pela frente. Sua mãe era uma associada do Círculo do Livro e a deixou escolher um livro pela primeira vez. Sua escolha? Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Sua segunda escolha? Os Sertões, de Euclides da Cunha. Ousada! E ela tinha apenas 10 anos.

Entre diversas atividades desenvolvidas desde a infância, iniciou ballet clássico aos seis anos; arte que seguiu estudando por 18 anos sequentes, tendo se tornado professora ainda adolescente, para turminhas de baby class. Estudou com Madame Toshie Kobayashi, Alfredo Valderrama, Vânia Motta, Joyce, Lennie Dale, entre outros nomes importantes desta categoria.

Aos 16 anos, teve seus primeiros contatos com a dança-afro, na Escola de Samba Unidos do Peruche. De 2000 a 2007 montou a “Corte dos Orixás” do Bloco Afro Ilu Obá de Min, em São Paulo e começou a ministrar a oficina Ará Ayó: Dançando e Cantando com os Orixás, em São Paulo e em todo o país. Também a partir daí, foi se aprofundando em danças-afro-brasileiras. Desde 2007 integra como bailarina e coreógrafa o show Tecnomacumba, de Rita Benneditto.

A partir de 2009, iniciou uma sequência de lançamentos literários, com grande repercussão nacional e internacional. Suas obras foram premiadas por diversas frentes: com o livro Omo-Oba-Historias de Princesas, altamente premiado e que em 2019 completou 10 anos de sua primeira edição.

Prêmio ProAC Cultura Negra 2012 (O Mundo no Black Power de Tayó) e elencado no ranking dos dez livros mais importantes do mundo, em direitos humanos, pela ONU, entre outros. Até o ano de 2019, a multi-artista dedicou-se também às atividades acadêmicas, tendo se mudado para o Espírito Santo para lecionar na Universidade Federal do Espírito Santo. Após um longo jejum e retornando ao eixo Rio-São Paulo, assinou em janeiro de 2020 contratos para quatro novos e aguardados lançamentos literários, estando dois deles previstos para o primeiro semestre: O Black Power de Akin (março de 2020), pela Editora de Cultura e O Mundo de Tayó em Quadrinhos (junho de 2020), pela Companhia das Letrinhas.


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