Fim de ano: o que fazer e o que evitar na confraternização da empresa
Momento deve ser aproveitado para celebrar, mas não é balada, alertam especialistas
Dezembro chegou trazendo a decoração de Natal e as expectativas para o ano que vem. Nas empresas, os colaboradores esperam pela tradicional confraternização de fim de ano.
“Mas, o RH prepara a ocasião com tanto carinho e o pessoal acaba transformando a ocasião em uma saia justa”, comenta a coach e professora de gestão de pessoas da IBE-FGV, Ligia Molina, especialista em recrutamento e seleção. “É muito difícil uma festa sem ocorrências desagradáveis”.
Segundo ela, é importante ter em mente que mesmo nesta festa, as pessoas são avaliadas. “É diferente de uma festa familiar ou um churrasco entre amigos. Porque aqui você continua no ambiente corporativo e mesmo com a descontração é preciso saber se comportar”, explica.
Por isso, a especialista alerta: “não caia da armadilha do excesso”.
O também coach e professor de gestão de pessoas da IBE-FGV, Vagner Sandoval, confirma que o bom senso é fundamental. Segundo ele, não é porque estão em um momento de descontração ou fora da companhia que os gestores deixarão de notar as gafes.
“Aquilo será transportado para a avaliação e imagem do profissional. E, atenção, sua imagem pode ser fortemente abalada devido ao seu comportamento”, define. Mas, ele é enfático. Não se ausente da festa. Respeite os horários da programação, faça seu networking positivo e saia do evento com a missão cumprida e a imagem fortalecida”, destaca ele.
O vestuário deve ser uma preocupação, sim. “O momento não é de expor a sensualidade, por isso, decotes demasiados, transparências e roupas muito justas ou curtas devem ser evitadas”, recomenda Sandoval. E Ligia concorda. “Preocupe-se com sua aparência, mas acima de tudo com a sua imagem”, afirma ela.
Os dois professores recomendam também que os homens evitem roupas muito justas ou camisetas cavadas.
“É uma casca de banana que muita gente cai. Seja discreto”, recomenda Sandoval.
A dança é para diversão, não para sedução. A festa deve ser aproveitada para que todos se divirtam, mas se for dançar, nada de exagerar. “Esqueça a performance até o chão e nada de subir no palco”, aconselha a professora.
Sandoval afirma que a reputação de um bom profissional pode ser devastada pela imagem que ele vai passar na festa. “Não se solte. O ambiente não é para isso. Não sirva de mau exemplo. Tem coisas que não têm conserto”, diz.
Respeite as diferenças e gostos pessoais. De acordo com Ligia Molina, a máxima “gosto não se discute” deve ser lembrada. “Nada de discutir religião, futebol ou outro tema de gosto pessoal. Também não é bacana colocar apelidos pejorativos ou jogar o colega na piscina. Respeite o limite do próximo”.
“Não se comporte como se estivesse em casa ou na roda de amigos”, ensina o professor Vagner. Ele diz que inclusive a hora do truco deve ser limitada. “Nada de soltar a lista de palavrões. Tem comportamentos que não somam, só subtraem. Evite a todo custo”.
Não exceda na bebida. Quase toda empresa oferece bebidas alcoólicas na confraternização. “Mas a ressaca moral pode ser ainda maior do que a física”, enfatiza a coach Ligia.
Ela lembra que muitas pessoas se excedem e depois não conseguem nem encarar o dia seguinte na empresa. “Passam mal, dão vexame, falam coisas que não são tão legais assim no dia da festa. Depois têm que conviver com as consequências pelo resto do ano”.
Para Sandoval, a alegria não pode passar da conta. “Se perder o bom senso e abusar da bebida, os limites serão excedidos e aí virão os problemas”. Ele explica que o abuso da bebida provoca indiscrição e comportamentos considerados ofensivos ou inoportunos e até inadmissíveis ao profissional.
Respeite os limites da liderança. “Pedir aumento ou feedback, por exemplo, está fora de cogitação”, alerta o professor.
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