Saúde
Filtro Solar - Claudia Marçal Dermatologista

7 áreas do corpo que você esquece de passar filtro solar

Os raios solares causam danos e, por consequência, envelhecimento biológico e molecular da pele. O sol degrada colágeno e é um dos principais responsáveis pelo estresse oxidativo, aparecimento de manchas, rugas, flacidez e até câncer de pele

A exposição ao sol sem a proteção do filtro solar é o mais importante agressor da pele e leva a um dano cumulativo, segundo a drª Claudia Marçal, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

“Ela causa, inclusive, mudanças nas bases do DNA celular que provocam reações de mutação celular, com consequente fotoenvelhecimento precoce, inflamação e cancerização. E a melhor forma de proteção é o filtro solar. Mas existem regiões do corpo que são comumente esquecidas e podem sofrer desde queimaduras solares ou, por conta do dano cumulativo, alterações mais graves.

Filtro Solar - Claudia Marçal Dermatologista

Conheça as particularidades de sete áreas do corpo que são esquecidas na fotoproteção:

1. Pálpebras e canto interno dos olhos

As pálpebras e, também, a região dos olhos viraram preocupação mundial pelo aumento da incidência de câncer de pele, que já chega a 10% nessas áreas frequentemente negligenciadas, segundo pesquisa da Universidade de Liverpool apresentada na conferência anual da Associação Britânica de Dermatologistas do ano passado, no Reino Unido. O estudo constatou que, ao passar filtro solar no rosto, a tendência é esquecer cerca de 10% da face – incluindo pálpebras e região entre o canto interno do olho e o nariz.

“Uma proteção solar adequada deve ser feita efetivamente com a cobertura de todo o rosto, além do uso de chapéus e principalmente óculos de sol, já que a área dos olhos tem uma pele extremamente fina e susceptível a danos, inclusive câncer”, explica a dermatologista drª Claudia Marçal.

A dermatologista afirma que, como a aplicação de protetor solar nestas áreas não é necessariamente prática, é importante usar outras formas de proteção, como óculos de sol. “Como a pele da região dos olhos é muito delicada, alguns filtros podem causar irritação; dessa forma, o paciente deve priorizar produtos oftalmologicamente testados, protegendo a área sem correr risco de reação”, afirma. “Mas devemos lembrar da importância de acessórios na proteção solar, como os óculos de sol com proteção UV, que não resguardam apenas os olhos e córneas; eles são importantes para proteger, também, a pele das pálpebras propensas a câncer”, afirma.

2. Cantos e ponta do nariz

Outras regiões esquecidas, segundo a pesquisa da Universidade de Liverpool, são: cantos e ponta do nariz. “Como é um dos pontos ‘altos’ do rosto, o nariz é um dos primeiros a ficar vermelho, a sofrer com as queimaduras e, no futuro, com manchas e até mesmo câncer. Essa região não pode ser esquecida e o paciente deve espalhar bem o filtro por toda a extensão do nariz”, afirma a médica.

3. Região da boca e lábios

Na região ao redor dos lábios e do bigode, o fotoprotetor deve ser bem aplicado para prevenir a formação de manchas e evitar ou suavizar o famoso “código de barras” (rugas verticais que se alojam no contorno do lábio superior). No caso dos lábios, os batons ou hidratantes labiais com FPS podem ser usados, explica a drª Claudia.

4. Orelhas

Talvez as mais esquecidas na proteção solar, as orelhas, ao longo do tempo, podem apresentar feridas por conta do sol. “Por isso, preste atenção ao aplicar (e reaplicar!) o protetor em cada curva e cantinho e invista também num chapéu com abas largas para protege-las também”, afirma a médica.

5. Nuca

Não acredite que seu cabelo, longo, irá te proteger das queimaduras solares na nuca. O ideal é usar o fotoprotetor nessa área, que muitas vezes é diretamente exposta em piscinas. Lembre-se de aplicar generosamente o produto.

6. Dorso dos pés

Você já está coberto quase que completamente com o fotoprotetor, mas seus pés podem sofrer queimaduras se forem negligenciados. Muitas vezes na praia, o corpo fica na sombra, mas o pé está recebendo a radiação diretamente. Por isso, tome cuidado, espante o medo da areia colar nos seus pés e aplique o filtro!

7. Mãos

Essa é talvez uma das regiões que mais sofrem com o processo de envelhecimento fotoadquirido (e também uma das que mais denunciam a negligência em esquecer o fotoprotetor). Não é à toa que essa pele é uma das primeiras a apresentar rugas, flacidez e manchas. Dica: ainda não inventaram melhor remédio que a prevenção com filtro solar.

Como garantir proteção eficiente

A exposição solar tem aqueles horários pré-estabelecidos e recomendados: até às 10 horas da manhã e depois das 16horas, porque nesses períodos existe uma menor incidência da radiação ultravioleta B. “Das 10h às 16h, há a combinação da radiação ultravioleta B com a radiação ultravioleta A, de raios mais curtos e mais longos, o que acaba trazendo não só a queimadura como um risco maior do câncer”, afirma.

Além desses horários, o filtro solar, explica a médica, deve ser aplicado no mínimo 30 minutos antes da exposição solar direta, além de ter FPS de no mínimo 30 e peles mais claras devem usar FPS 50. “Esse protetor solar deve combinar filtros químicos e físicos.

Os filtros físicos são partículas inorgânicas que refletem ou dispersam a radiação, já os químicos são partículas orgânicas que absorvem o fóton de energia. Mas os filtros físicos bloqueadores à base de dióxido de titânio, óxido de ferro e zinco são fundamentais. Eles agem como uma parede de tijolos — onde a luz bate e volta sem absorvência.

Os filtros químicos são importantes, mas altamente instáveis; então na sudorese, na água do mar, a molécula fica quimicamente instável e deixa de proteger”, conta. “O filtro deve ter proteção eficiente contra as radiações UVA e UVB, mas também deve proteger da luz visível e da Infrared — hoje é uma unanimidade mundial a necessidade do amplo espectro do filtro solar”, explica a médica.

Por fim, além do uso de chapéus, bonés e roupas com FPS 50, a reaplicação do protetor a cada 2 horas ou após 20 min na água e na quantidade correta. Escolher protetores com formulação que além do FPS, tenham extratos calmantes como Edelweiss, physalis com ação antioxidante, Alistin, OTZ 10, Exo-P e vitaminas com ação antirradical livre e protetora dos danos causados pelo infrared, como a vitamina E, vitamina C, nicotinamida, entre outras. “Por via oral, uma supernovidade é o uso de vitamina D diariamente que ajuda na proteção imunológica da pele assim como picnogenol, polypodium leucotomus, zeaxantina, luteína, bio-arct e licopeno”, finaliza.

Sobre a drª Claudia Marçal

A drª Claudia Marçal é médica dermatologista, membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), da AAD (American Academy of Dermatology) e da SBCD (Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica). É speaker Internacional da Lumenis, maior fabricante de equipamentos médicos a laser do mundo; e palestrante da DASIL (Dermatologic Aesthetic Surgery International League). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas/SP.


Leia também esses posts relacionados:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *