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Cosméticos Adequados para o Verão

Cosméticos no Verão: veja quais os cuidados com os produtos que contém ácidos na composição

Eficazes nos tratamentos de cicatriz de acne, rugas e manchas, os ácidos mais prescritos do Inverno saem de cena no Verão, para evitar que sua pele fique irritada, hipersensível e até que sofra queimadura. Mas eles podem ser substituídos por boas opções.

Número um em rejuvenescimento, referência em esfoliação e poderosa atividade secativa. Respectivamente, estamos falando do ácido retinoico e retinoides, dos alfa e beta-hidroxiácidos e da tretinoína. Os poderosos ingredientes, muito prescritos no Inverno, agora saem de cena e dão espaço a ácidos com atuação antioxidante, protetora e anti-inflamatória.

Retinóides / Ácido Retinóico

Usado no rejuvenescimento, para tratamento de acne e também de mancha, os retinóides são prescritos geralmente no inverno.

“Nunca prescrevemos de maneira contínua porque a pele vai ficando mais fina, avermelhada, com aspecto muito mais delicado e isso faz com que ela tenha uma maior sensibilidade aos agressores ambientais – o que significa: mormaço, calor, luz visível e especialmente o sol”, explica a dermatologista drª Claudia Marçal, membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Por isso, o ingrediente não é indicado nas altas temperaturas.

Alfa-hidroxiácidos

De acordo com a médica, o ácido glicólico, por exemplo, é um alfa-hidroxiácido e torna a pele mais sensível, portanto após seu uso, o ideal é não expor a pele ao sol ou isso pode causar forte irritação na pele com descamação, vermelhidão e até mesmo o surgimento de manchas. O ideal, nesse caso, é buscar esfoliantes mais suaves ou evitar a exposição solar – e reforçar a fotoproteção.

Beta-hidroxiácidos

O ácido salicílico é um beta-hidroxiácido e tem uma ação importante no controle da acne, principalmente da acne que forma pequenos microcistos, de acordo com a drªClaudia Marçal. Como o ácido salicílico afina a pele, torna-a mais suscetível aos danos causados pela radiação ultravioleta, então seu uso sobretudo no verão deve ser feito apenas com orientação médica. “Por isso, recomenda-se usar protetor solar de no mínimo 30 (e maior de acordo com o fototipo do paciente) e evitar exposição ao sol”, diz a dermatologista.

Opções seguras para o verão: saiba quais são os ácidos permitidos

Algumas substâncias ainda podem – e devem – ser usadas. Apesar de não oferecer a mesma potência rejuvenescedora, os ácidos mandélico, ferúlico, kójico, azelaico, maslínico, ascórbico e (é claro) hialurônico fazem parte das prescrições nos climas quentes, por oferecerem resultados eficientes.

“Mas atenção! A indicação e a dosagem devem ser feitas por dermatologista, assim como a orientação do modo de uso. Independente se o ingrediente é fotossensibilizante, a proteção solar é regra básica e deve ser seguida diariamente com FPS 30 (no mínimo) e reaplicado de duas em duas horas”, explica a dermatologista.

Saiba mais sobre esses ácidos:

Ácido Mandélico

“É um alfahidroxiácido com moléculas grandes, que consegue equilibrar o processo de renovação epitelial e tem indicação anti-aging (age diminuindo o fotoenvelhecimento e o tratamento deve ser mantido por meses ou até anos para as rugas e marcas de expressão desaparecerem gradualmente)”, afirma a médica.

Ácido Ferúlico

Encontrado nas folhas e sementes de muitas plantas, especialmente farelo de milho e arroz. “Esse ácido fornece hidrogênio para a neutralização dos radicais livres, compostos estes relacionados com o envelhecimento das células, portanto é um potente antioxidante”, comenta a dermatologista drordf; Claudia Marçal. O ácido ferúlico suaviza rugas e linhas de expressão.

Ácido Kójico

Considerado um clareador importante por ter uso permitido durante o verão e também na gestação. “Ele inibe a ação da tirosinase (enzima responsável pela produção de pigmento) como quelante de íons, promovendo a diminuição da formação de melanina, promovendo clareamento. É um ácido que não causa irritabilidade nas concentrações de margem de segurança”, destaca Claudia Marçal.

Ácido Azelaico

Encontrado no trigo, o ácido pode ser usado também por gestantes no controle do melasma. “Ele inibe a tirosinase (enzima responsável pela estimulação e produção da melanina), então consegue prevenir a formação do melasma (e, se presente, o ácido consegue controlar e clarear)”, explica Claudia Marçal.

Ácido Maslínico

Substância derivada da moagem de azeitonas, é um poderoso antioxidante e também tem ação anti-inflamatória considerável. “O ácido reduz a vermelhidão de peles irritadas, principalmente após exposição solar e outros agressores ambientais. A substância age diretamente sobre a hidratação e aparência da pele, deixando-a mais macia e radiante”, comenta a médica.

Ácido Ascórbico

É a famosa Vitamina C. “O Ácido L-Ascórbico é um poderoso antioxidante, cuja aplicação tópica permite alcançar níveis que não seriam possíveis com a ingestão de frutas ou de suplementação oral de vitamina C”, explica a dermatologista. Além disso, é responsável por frear a ação dos radicais livres, estimular a formação de novo colágeno (é cofator da síntese) e ajuda a proteger a pele dos efeitos do sol, na medida em que uniformiza o tom de pele e melhora sua textura.

Ácido Hialurônico

Esse ácido é uma glicosaminoglicana e faz parte da matriz extracelular, onde ficam as fibras do colágeno e elastina. “Com o avanço da idade, o ácido hialurônico diminui, reduzindo também a hidratação e elasticidade da pele. Então, quando existe falta de ácido hialurônico, há desidratação da pele, tendência à flacidez, formam-se rugas, sulcos e perda de luminosidade”, explica a dermatologista. O ativo ácido hialurônico tem vários pesos moleculares e deve ser usado numa composição com diferentes pesos para atuar em várias camadas.

Sobre a drª Claudia Marçal

A drª Claudia Marçal é dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela AMB (Associação Médica Brasileira), membro titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) e membro da AAD (American Academy of Dermatology), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.


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