Toda vez que vejo uma peça decorativa de Murano, imediatamente me vem à lembrança uma tia-avó muito querida.Ela tinha em casa alguns objetos que, me lembro bem, chamavam minha atenção por suas cores vibrantes, seu design diferente e seu peso considerável. Eu adorava ficar olhando pr’aquilo…

Durante um bom tempo, as peças de Murano saíram de cena, caíram em desuso na decoração, mas, agora voltam com força total e estão nos ambientes mais refinados e nas capa de revistas de arquitetura e decoração.

Murano é uma ilha de Veneza, na Itália. Sua história remonta ao século 13 quando as fábricas de vidro que funcionavam no continente foram transferidas para Murano, juntamente com os vidreiros e suas famílias.

Oficialmente, o motivo para a transferência era a diminuição da fumaça dos fornos e possíveis incêndios. Na realidade, o que se pretendia era o confinamento dos segredos da fabricação do vidro, naquela época muito valioso nas relações comerciais venezianas.

As famílias de vidreiros, em contrapartida à pouca liberdade de ir e vir, tinham status de nobreza com assento garantido na Comuna de Veneza, com prerrogativas e posicionamentos nas altas classes sociais. Estas famílias, eram reunidas em um grupo fechado, inscritas no Livro de Ouro de Murano onde encontramos, entre outras, a família Seguso.

Erroneamente muitas peças em vidro artístico, produzidas artesanalmente fora de Veneza são chamadas de “Murano” enquanto este nome é protegido (DOC – Denominação de Origem Controlada) e somente pode ser empregado nas peças produzidas na ilha de Murano.