Afinal, o que engorda e o que emagrece?
Recebi este artigo e achei bastante interessante. Nâo conhecia o método desenvolvido pelo autor e nem o experimentei ainda. Mas acho que as ponderações sobre metabolismo e a forma como nos alimentamos fazem bastante sentido.
BJ da Cris!
por Rodrigo Polesso
E se eu te dissesse que tudo que nos foi dito nos últimos 40 anos sobre alimentação saudável está totalmente errado? Que além de ter levado a população a atingir hoje recordes históricos de obesidade, também foi responsável pela epidemia de doenças como diabetes, Alzheimer, problemas cardiovasculares, entre outras?
O que poderia ter acontecido para fazer com que a geração atual se torne, possivelmente, a primeira da história a viver menos que a anterior? A resposta está em algo que fazemos todos os dias: a forma como nos alimentamos.
A mudança para pior começou há cerca de 13 mil anos, quando a humanidade começou a cultivar e consumir grãos ao invés de animais, peixes, plantas, frutas e sementes. No entanto, apesar disso, as taxas de doenças e ganho de peso nunca cresceram tanto quanto nas últimas quatro décadas e um dos grandes responsáveis por isso foram as diretrizes alimentares americanas, escritas e divulgadas para a população geral em 1977, que influenciaram o mundo inteiro.
Em suma, elas se assemelham com a fatídica pirâmide alimentar, ou seja, cortar gorduras e consumir mais carboidratos integrais, principalmente grãos (trigo e afins). Até então, durante toda a história da humanidade (cerca de 2,5 milhões de anos) viemos consumindo uma dieta alta em gorduras naturais e baixa em carboidratos, totalmente baseada em alimentos de verdade. Foi só durante os últimos 40 anos que invertemos isso, porém, os nossos genes não estão preparados para uma inversão tão brusca de hábitos e resultado disso são os números recordes de problemas cardíacos, câncer, demência, diabetes tipo 2 e obesidade.
Qualidade X Quantidade
Outro mito é de que o que importa é o número de calorias ingeridas. Isso é o que chamo de paradigma quantitativo de alimentação, em que o que vale é a quantidade calórica ingerida e a quantidade queimada, não importando a fonte destas calorias.
Perceba que neste caso ignora-se completamente os tipos das calorias, assumindo-se que todos alimentos reagem igual dentro do corpo. Para testar isso, A Revista The Lancet estudou um grupo de pessoas durante três semanas: a cada semana elas iriam ingerir uma dieta de 1.000 calorias por dia, porém, a cada semana estas 1.000 calorias viriam de um macronutriente diferente, ora 90% das 1.000 calorias viriam de carboidratos, ora de gorduras e por fim, proteínas.
O grupo que comeu 90% destas calorias na forma de gordura perdeu a maior quantidade de peso, seguido pelo grupo que comeu 90% proteína. Depois veio o grupo que comeu uma dieta mais mista e por último quem se alimentou de 90% de carboidratos. Do grupo que comeu 90% das calorias em carboidratos, metade ganhou peso e o número de pessoas que perderam peso foi menor do que qualquer outro grupo comparado. Aí está, as mesmas 1.000 calorias gerando resultados completamente diferentes de peso.
É aí que entra o que eu chamo de paradigma qualitativo de alimentação, em que o que comemos conta muito mais do que o quanto comemos. Ao comermos alimentos errados, programamos o corpo para o armazenamento de gordura. Em contrapartida, os alimentos corretos regulam nosso metabolismo e hormônios e, por consequência, nosso apetite.
Para entender o porquê disso, devemos focar no principal hormônio responsável pelo armazenamento de gordura no corpo: insulina. Ela é responsável por retirar a glicose do sangue e levá-la até seus destinos, seja os músculos ou células adiposas. O que mais impacta o hormônio insulina, fazendo com que ela fique alta é o consumo de carboidratos, principalmente os refinados e processados.
Agora, se uma alimentação faz com que a insulina fique cronicamente alta no sangue, estaremos colocando nosso corpo quase que permanentemente em estado de armazenamento de gordura e de bloqueio da queima. Isso torna praticamente impossível o emagrecimento – conhece alguém que se exercita bastante, come que nem passarinho e mesmo assim ainda está acima do peso?
Alimentos agressores e Alimentos colaboradores
Já que o que importa de fato é o que comemos e não quanto comemos, divido os alimentos em dois grupos: alimentos colaboradores, que impactam positivamente no nosso metabolismo, colaborando para um bom funcionamento dos hormônios e queima de gordura otimizada; e alimentos agressores, que são aqueles que fazem com que nosso corpo se programe para o armazenamento de gordura.
Em poucas palavras, alimentos colaboradores incluem carnes, peixes, frutas, tubérculos, legumes, folhas e outros. Enquanto que os agressores são carboidratos refinados e processados, integrais ou não, sobremesas, doces, açúcares, alimentos geneticamente modificados, bebidas adoçadas e outros.
Baseando-me neste conceito, desenvolvi a filosofia que chamo de Alimentação Forte, estilo de vida alimentar baseado no consumo correto e estratégico de alimentos de verdade e na prática de hábitos comprovadamente saudáveis, para se atingir um peso ideal e mantê-lo por toda a vida, sem nunca precisar pensar em calorias.
Agora, como estamos seguindo hábitos errados e ouvindo sugestões infundadas por, no mínimo 40 anos, é muito difícil de as pessoas reverterem tudo isso por si só. Afinal, em quem confiar?
Foi por isso que desenvolvi o programa online de emagrecimento Código Emagrecer De Vez, que já foi testado e comprovado por mais de 2.000 pessoas. O programa guia as pessoas por um processo de reaprendizado alimentar com o foco em construir um estilo de vida de acordo com a Alimentação Forte.
O grande “segredo” é que todos os hábitos alimentares e de estilo de vida sugeridos são 100% embasados em evidências e fatos científicos, ajudando as pessoas a construírem um estilo de vida alimentar de acordo com o que comprovadamente dá resultados de perda de peso e saúde, focando na qualidade e não na quantidade de alimentos ingerida.
Afirmo que nós não emagrecemos para ficarmos saudáveis, nós precisamos ficar saudáveis para emagrecer. Um corpo doente e metabolicamente adaptado para armazenar gordura, jamais irá conseguir emagrecer de forma correta e permanente. Por isso vemos que as dietas por aí não funcionam a longo prazo. O que todos nós queremos é viver com um corpo que nos faça feliz e que nos dê orgulho, porém, mais ainda, o objetivo final é se viver uma vida saudável, longa, cheia de disposição e energia, ativa por todos anos que nos restam até que cheguemos ao final dos nossos dias.
ROdrigo POlesso é especialista em nutrição otimizada.