Saúde

Saiba como identificar infartos com antecedência

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Cardiologista do HCor também explica quais os sintomas prévios de angina e AVC, além de demonstrar quais atitudes tomar diante da manifestação de cada caso

Doenças cardiovasculares como a hipertensão são cada vez mais comuns já entre os trinta e os quarenta anos de idade. Por isso, pessoas com esse tipo de problema normalmente desenvolvem uma preocupação ainda maior com a alimentação e com a saúde de maneira geral. Mesmo assim, nem todas estão livres dos riscos de sofrer intercorrências mais graves, como infartos, AVCs e anginas. Para piorar, grande parte das pessoas que estão prestes a sofrer com problemas desse tipo, sequer consegue procurar atendimento médico ou mesmo pedir ajuda a tempo, justamente por não saber identificar os sintomas. “A beira de um infarto, as pessoas sentem mais do que apenas dores no peito. Muitas delas pensam, por exemplo, estar com problemas digestivos, mas na verdade estão sofr endo um ataque cardíaco. Por isso, acabam correndo um sério risco de vida”, diz o Dr. Abrão Cury, cardiologista do Hospital do Coração (HCor).

Para identificar infartos, AVCs e anginas com antecedência, Cury explica que é preciso conhecer bem os sintomas de cada um destes casos. Segundo o cardiologista, estes três tipos de problemas cardiovasculares ocorrem quando o sangue tem dificuldade de passar pelos vasos ou artérias, em função de entupimentos, estreitamentos ou mesmo rompimentos destas veias nos casos mais graves. “Embora ocorram por motivos parecidos, estes três tipos de doença possuem diferenças nos sintomas que apresentam e na intensidade com que se manifestam. Porém, todas causam sérios danos à saúde e exigem o máximo de cautela de quem é propenso a elas”, explica o cardiologista.

Infartos

Os infartos ocorrem quando parte do músculo cardíaco deixa de receber sangue pelas artérias coronárias. Esse processo pode levar o músculo afetado à morte e geralmente causa intensa dor no do peito, como um aperto ou uma pontada que pode se alastrar para o pescoço, axila, costas ou braço esquerdo. “Em casos mais raros, essa sensação também pode ser sentida no braço direito”, acrescenta Cury.

Sintomas – Antes destes sintomas, porém, diversas outras sensações podem ser notadas de maneira prévia, como mal estar, enjoo, tontura, palidez, falta de ar, dificuldade de respirar, sensação grave de indigestão, suor frio, tosse seca, respiração, rápida ou barulhenta. Em casos mais específicos, também pode ocorrer dor no queixo, no colo, nas costas, peso no corpo e indigestão ainda mais forte acompanhada de uma sensação de obstrução na garganta. “Quando se conhece todos estes sintomas é possível conseguir tratar o problema precocemente e contar com boas chances de recuperação”, afirma o cardiologista.

AVC

Já um AVC (Acidente Vascular Cerebral), ou derrame cerebral, como também é conhecido, ocorre quando os vasos que levam sangue ao cérebro se rompem (AVC hemorrágico) ou sofrem entupimento (isquêmico), o que paralisa a região cerebral onde a circulação sanguínea é interrompida. Esse processo pode levar à morte instantaneamente ou deixar graves sequelas na fala, nos movimentos da face e dos membros. “Este problema pode ocorrer a qualquer hora e em qualquer mom ento, inclusive durante o sono. Por isso, ficar atento aos seus sintomas é ainda mais importante”, afirma Cury.

Sintomas – Entre os principais sintomas de AVC estão a diminuição ou a perda súbita da força no braço ou perna de um lado do corpo; alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo; perda súbita de visão em um ou nos dois olhos; alteração aguda da fala, o que inclui dificuldade para articular palavras ou compreendê-las; dores de cabeça intensas e sem causa aparente; instabilidade, vertigem repentina e intensa; além de desequilíbrio, náusea e vômito.

Angina

A angina, ou angina pectoris, surge quando há um estreitamento nas artérias que irrigam o coração. Isso limita a passagem de sangue até o órgão e gera uma deficiência no suprimento de nutrientes e oxigênio que deveriam ser destinados a ele. As dores sentidas com esse problema são, justamente, um sinal de que o coração está recebendo menos sangue do que deveria”, explica o cardiologista. “Embora uma angina não tenha um efeito tão destrutivo, quanto infartos e AVCs, ela pode gerar sérias complicações e deve ser diagnosticada precocemente”.

Sintomas – Os sintomas de angina são basicamente dores intermitentes ou pressão e grande desconforto no peito. Enquanto a pessoa se movimenta ou pratica atividade física, a dor torna-se ainda mais intensa. Já em situações de repouso, a dor diminui. Em alguns casos, porém, o desconforto pode ser grande, mesmo quando a pessoa descansa ou está se preparando para dormir. A dor de angina também pode se irradiar pela mandíbula, pelos ombros ou pelos braços – normalmente pelo lado esquerdo do corpo. O problema pode ser agravado por situações como estresse emocional, estômago cheio e exposição a baixas temperaturas”, acrescenta o Cury. “Aqueles que apresentam crises de angina devem sempre e star em contato com um médico, já que a doença pode levar à morte quando não tratada”.

Cuidados de Emergência

Embora seja fundamental conhecer os sintomas de infartos, AVCs e anginas para poder evitá-los, Cury ressalta que também é importante saber como lidar com estes problemas no momento em que eles ocorrem. Por isso, o cardiologista do HCor tem algumas dicas sobre quais atitudes tomar em cada caso:   

O que fazer em casos de infartos & anginas:

Chamar imediatamente uma ambulância (SAMU: 192/ Bombeiros: 193) ou levar o   indivíduo para o hospital o mais rápido possível;

. Afrouxar as roupas do indivíduo. Em seguida abrir o cinto e desapertar os botões da camisa e da calça;

. No momento do ataque, não deixar que a vítima fique sozinha;

Procurar acalmar a vítima ao máximo;

Não dar nada de comer ou beber ao indivíduo, além da medicação cardíaca prescrita pelo médico;

Caso a respiração pare, aplique uma massagem cardíaca;

O que fazer em casos de AVC:

Procurar transportar a vítima para o hospital, sem demora;

No momento da crise, reduza tensão emocional da vítima: afaste os familiares e mantenha um ambiente tranquilo;

Afastar tudo o que possa obstruir a respiração;

Desapertar peças de roupa no nível do pescoço, tórax e abdômen;

Manter a pessoa aquecida;

Vigiar as funções vitais.

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