Encarar a realidade não é tarefa fácil. Significa renunciar a devaneios, fantasias e assumir algumas responsabilidades nem sempre prazerosas.

No mundo corporativo essa realidade pode ser ainda mais árdua, pois trata-se de um ambiente competitivo e excludente. Especialmente para aqueles profissionais que insistem em impor suas vontades e certezas ao resto da humanidade.

Profissionais assim são considerados imaturos ou infantis. Isso porque, no mundo infantil, as crianças, quando ainda não sabem se expressar com palavras os seus sentimentos e frustrações, recorrem então às birras e “choramingação” para comunicar seu desconforto e, claro, para testar seu poder.

Até determinada idade isso é normal e também pode servir de grande aprendizado para pais e filhos entenderem o significado da palavra limite. Contudo, o não entendimento dessa palavrinha simples na idade certa produz adultos infantilizados e, consequentemente, profissionais imaturos.

Normalmente, detectamos com facilidade esse comportamento nos outros. Mas como saber se você não está se comportando de maneira imatura?

A resposta a essa pergunta, caso você realmente queira saber, exige atenção a pequenas atitudes suas em relação às pessoas com quem convive no seu local de trabalho.

Quando você recebe uma crítica sobre algum trabalho seu que considerava bom, qual é a sua reação? “Não levo desaforo para casa! Bateu, levou!”; “Estou sendo perseguido, aposto que foi a Fulana que foi falar mal de mim”; “Vou fingir que está tudo bem, mas vai ter troco!” ou “Nem ligo mesmo! Sou assim e não vou mudar!”. Alguma dessas frases, ou frases parecidas, já passaram pela sua mente?

Pois bem, para aqueles que estão pensando que estou querendo confundir-lhes a cabeça, aqui vai uma explicação: sentir-se frustrado, com raiva, injustiçado, indignado não faz de você um profissional imaturo. A não ser que você não seja humano.

O que determinará a sua maturidade é o que você faz com o que sente. Sabemos que um profissional é maduro quando ele consegue entender que o ambiente de trabalho não é uma extensão de si mesmo, de sua casa, nem de sua família.

No mundo corporativo, noções de limite são fundamentais para poder desenvolver a carreira de forma estratégica e sólida. Quem não traz isso da educação familiar, tem duas escolhas: se empenhar um pouco mais para aprender, ou então passar a vida toda questionando quem ‘puxou seu tapete’, quem não reconheceu seu talento e assim por diante.

Melissa Oliver

Melissa Oliver é coach de Carreira e Liderança, psicodramatista e especialista em Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas. Palestrante e professora de graduação e pós-graduação nas áreas de Gestão de Pessoas e Coaching. Autora do livro “Descubra se você ama o que você faz”.